quarta-feira, 30 de maio de 2007

Protege moi

Lágrimas...


Levei uma bofetada... de mim próprio.
E doeu, doeu muito. Penso até que foi com tanta força que vai doer nos próximos tempos.
É o que acontece quando se crê em frases como esta de Edmond Rostand “É à noite que é belo acreditar na Luz.”...
E no meio da escuridão só eu vejo uma pequena, pequenina nesga de luz que penso que vou alcançar. E acredito tanto que chego a não ter dúvidas que será hoje. Mas... não! De facto, não, ainda não é desta!
E no meio da escuridão só eu vejo aquela pequena, pequenina nesga de luz que sei que vou alcançar.
Desculpem o desabafo mas, tal como diz o Abrunhosa...
Eu não sei, que mais posso ser
um dia rei, outro dia sem comer
por vezes forte, coragem de leão
as vezes fraco assim é o coração
(...)
gritos de dor, gritos de prazer
que um homem também chora
quando assim tem de ser

Guerrinhas!


Quando comecei a pensar no que iria escrever sobre a palavra "Guerrinha", só me vinham à cabeça termos como imprópria, mesquinhice, tolice, baboseira, disparate, estupidez, desconchavo, e outras igualmente péssimas. Mas de repente lembrei-me de um tal de M. Tournier que escreveu qualquer coisa como “Questiono-me se a guerra não é provocada senão pelo único objectivo de permitir ao adulto voltar a ser criança, regredir com alívio à idade das fantasias e dos soldadinhos de chumbo.”.
Mas já no limite de começar a escrever este texto veio-me à memória o que disse um dia Julien Green: “Tudo o que é excessivo é insignificante.”.

Fui então, ao baú de fotos futeis e descobri esta, que mais não é do que uma verdadeira batalha campal entre milhares de folhas de árvores e o seu próprio reflexo...

Enfim, Guerrinhas!

segunda-feira, 28 de maio de 2007

... de evitar.

Já alguém dizia... as desculpas não se pedem, evitam-se.
E neste caso era mesmo de evitar.
Não pela lesão prática, que podia ter sido grave, mas não foi. Mas pela atitude.
Se eu agora fosse abrir a carteira de uma senhora só para tirar o meu porta-moedas... ou mesmo, se ao abrir, não encontrasse o porta-moedas e então virasse a carteira da senhora do avesso, despejando todo o seu conteúdo até o encontrar e voltar a colocar tudo lá dentro... não há lesão prática, podia ter sido grave, mas não foi... mas não é uma boa atitude!
Neste caso era mesmo de evitar!

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Sai do corpo, coisa má!

Sono. Muito sono. Arrastar-se durante toda a semana. Substâncias estranhas latentes no corpo revelam-se quatro dias depois. O que fazer? Água, muita água. O corpo ressente cada momento em que a procura da euforia foi objectivo cumprido. Reunião. As pessoas giram, a garganta dá um nó, os pés pisam outro chão feito de um material felpudo, a cabeça pesa mais a cada movimento. Uma apresentação possível graças a um litro de água, um analgésico e um café forte, extra forte. Tudo à volta é intenso, outras sensações artificais e controladas e recalcadas. Ouvir música calma, impossível de despertar qualquer movimento corporal involuntário semelhante a um passo de dança elaborado que o corpo teima em tentar. Água, muita água. Sente-se em cada poro. Está a sair. Algumas memórias a curto prazo perdem-se segundos depois dos acontecimentos. Alguém pergunta que olhos são esses. Espelho. O drunfo revela-se na íris, na olheira, no brilho estranho. Sair cedo. Rua. Andar. Sentar-me num restaurante e duvidar do pássaro que entrou. «Está ali um pássaro, não está? Não sou eu que estou a ver, pois não?». Ouvir: «Não. Tem calma. Está ali mesmo. Eu também estou a ver.». Finalmente, clean.

secretárias

sempre me interroguei porque se tinha optado por designar a função de secretária como tal. claro, ao longo do tempo foram surgindo outros títulos mais ataviados como assistente de direcção ou mesmo deputy executive secretary (a língua inglesa é fantástica, não?!). mas avaliando a real incompetência que assola a maioria das organizações, efectivamente secretária é uma escolha quase perfeita. talvez mesmo só extensão ou apoio de secretária assentassem melhor...

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Antes um nó na garganta...


... do que um nó da gravata apertado.
Sinto que estou a ficar de mãos e pés atados.

Sinto que estou a começar a sufocar.

Das duas uma: ou consigo desmanchar o nó, ou rebento.
O problema é que ainda estou indeciso. Não sei se quero rebentar, se desmanchar o nó da gravata.
Antes um nó na garganta!

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Estados de Espírito


Depois de mais uma má notícia, sinto-me como um urso polar de 600kg a pisar o gelo fino que cobre um imenso mar. Muito em breve, vou ter de aprender a nadar sozinha durante longos quilómetros e contra as fortes correntes. E, no meio disto tudo, não consigo distinguir onde acaba a água e se inicia a terra firme.

terça-feira, 15 de maio de 2007

sexta-feira, 11 de maio de 2007

lyon







para quem não visitou Lyon... muito menos crú que a antiga Lutécia, bucólico até...



quarta-feira, 9 de maio de 2007

Manobras de Diversão

Detesto pessoas que não sabem qual é o seu espaço. Não lhes chega uma linha imaginária para circunscrever o limite. Têm de ser os outros à volta, já perturbados com tamanha lata, a imporem as regras, rosnando cada vez mais alto até o outro perceber (confesso já que não é tarefa fácil). Normalmente estas pessoas acham que podem tudo na vida dos outros. Partilho os metros quadrados do meu espaço profissional com alguém a quem gostaria de dizer, do alto do meu 1,64 metros: "Ouve lá pá, a tua vida não te chega? Em vez de fazeres de conta que tens de ter opinião e o nariz em tudo e se trabalhasses? Lá porque uns avecs quaisquer tinham bebido demasiado champagne em horário profissional, eu, profissional e responsável e aquela que se farta de trabalhar, não tem de te aturar ou ao cheiro nasalmente irritante que, não raras vezes, o teu palco na peça faço de conta que trabalho emana. És tão fraquinho que até dói. És tão inconveniente que chegas a justificar qualquer tipo de violência. És tão ridículo mas igualmente limitado que nem percebes. E para a próxima que tentares meter conversa, levas uma galheta no focinho, ouviste?".
Mas como nunca vou poder exteriorizar (depois dizem que a malta andada constantemente stressada e uma pilha, pudera!), fica o desabafo como quem treina uma apresentação em frente ao espelho.