segunda-feira, 11 de junho de 2007

quase

O Mário vestiu este sentimento com as palavras adequadas por isso não perco tempo a revirar o intelecto em busca de algo que será sempre somente quase o que pretendo dizer. Disse ele que para atingir, faltou-lhe um golpe de asa, e que dessa forma, posto que foi o Sol, a brasa adormeceu esmorecida pela fria aragem do crepúsculo. Pois há dias assim, em que acordamos de pensamento ágil e agitado, e depois verificamos que afinal tudo não passou de uma aspiração carmim. Haverá fórmula de sermos poupados aos quase-dias? Aos quase-instantes? Simplificar-se-ia o processo se ao acordarmos tomássemos consciência de que aquelas vinte e quatro horas seguintes não teriam nunca um desfecho. Chegariam quanto muito quase ao limiar de uma acção, mas sem efeitos. Quase obra, mas sem fundações. Quase beijo, mas sem fôlego.
Quase que me apetece apagar todas as letras que ficaram aí para trás, mas agora que estou tão perto do fim já não me apetece… Este dia também já está quase a acabar !

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